quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Edgar Morin

Eu gosto MUITO de literatura, especialmente poesia. Sempre gostei de ler mas amor, amor mesmo pela leitura surgiu apenas no ano passado, através do orkut e de uma grande amiga. Lu, obrigada, sempre.

Desde o momento que descobri que tem gente muito boa escrevendo coisas belas e simples por aí, e como é bom ler, se identificar, perceber novas formas de dizer o que já foi dito, eu entrei num processo altamente viciante de ir em busca dos poetas - clássicos e contemporâneos. Conheço pouco, mas neste período reuni algumas coisas muito bacanas, que aos poucos irei colocando aqui.

Nesta trajetória poética e deliciosa, descobri Edgar Morin. Considerado um dos pensadores mais importantes do século XX, nasceu em Paris em 1921, é sociólogo e filosófo. Autor das obras "Cultura de massas no século XX", a qual divaga sobre a felicidade, o amor e o feminismo, e "Para sair do século XX".

Confira alguns excertos maravilhosos dos escritos de Morin:

"Eu não deixei de ser caminhante. Minha vida foi e continua a ser uma vida em movimento, errante, em meandros, impulsionada por minhas aspirações múltiplas e antagônicas. Obedeci continuamente a meus demônios, mas acontecimentos e acasos trouxeram descontinuidades, levando-me aonde não sabia que devia ir, mas aonde eu reencontrava meus demônios. Continua a ir de um meio a outro, a circular na sociedade, nas sociedades, recusando-me a me deixar encerrar na casta (principalmente intelectual). Fui fiel à ‘concepção sintética de vida’.(...) Foi o caminho, não que eu tracei para mim, mas que minha caminhada traçou: Caminante no hay caminno, el camino se hace al andar".

(In "Meus demônios.")

"Originalmente, a palavra Método significava marcha. Aqui, é preciso aceitar o caminhar sem caminho, o fazer o caminho andando. Aquilo que Machado dizia: Caminante no hay camino, se hace camino al andar. O método só pode formar-se durante a pesquisa; ele só pode desembaraçar-se e formular-se depois, no momento em que o termo se torna um novo ponto de partida, desta vez dotado de método. Nietzsche o sabia: ‘Os métodos vêm no final’ (Anti-Cristo).(...)"
(In "La Méthode (t.1) La Nature de la Nature"; trad: Nurimar Falci)

"Quinta-feira, 11 de agosto 1994. Dificuldade em encontrar o equilíbrio para reformular o meu capítulo "Caminante". Há pouco e muito de coisas íntimas. O pouco: tudo é fraco, superficial. O muito: falo do que não devo (a minha vida amorosa). Fim de tarde, a fórmula não foi encontrada."
(In "Uma ano Sísifo. Diário de fim de século. Publicações Europa-América. Lisboa, 1998.")
(In "Meus Demônios").

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