“(...) bastava que eu soubesse que o instante que se passa, passa definitivamente, e foi numa vertigem que me estirei queimado ao lado dela, me joguei inteiro numa só flecha, tinha veneno na ponta desta haste, e embalando nos braços a decisão de não mais adiar a vida, agarrei-lhe a mão num ímpeto ousado.”
(Raduan Nassar IN Lavoura Arcaica)
"Não pense que eu ando atrás só de belas coisas simples. Eu quero qualquer coisa, desconexa, contraditória, insegura, não tem importância, desde que seja sua. As definições redondas e grandiloqüentes, as coisas categóricas e acabadas não me satisfazem, porque eu não sou assim", escreveu Maury Gurgel Valente para Clarice Lispector. Este blog traz excertos do cotidiano, poesias, devaneios sobre relacionamentos, cinema, literatura, música... Belas coisas simples, como eu, você e a vida.
sábado, 27 de agosto de 2011
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
amor?
"... É que tem mais chão nos meus olhos
do que cansaço nas minhas pernas,
mais esperança nos meus passos
do que tristeza nos meus ombros,
mais estrada no meu coração
do que medo na minha cabeça..."
(Cora Coralina)
do que cansaço nas minhas pernas,
mais esperança nos meus passos
do que tristeza nos meus ombros,
mais estrada no meu coração
do que medo na minha cabeça..."
(Cora Coralina)
sábado, 20 de agosto de 2011
Um jeito
Meu amor é assim, sem nenhum pudor.
Quando aperta eu grito da janela
- ouve quem estiver passando -
ô fulano, vem depressa.
Tem urgência, medo de encanto quebrado,
é duro como osso duro.
Ideal eu tenho de amar como quem diz coisas:
quero é dormir com você, alisar seu cabelo,
espremer de suas costas as montanhas pequenininhas
de matéria branca. Por hora dou é grito e susto.
Pouca gente gosta.
Adélia Prado
Bagagem
Lisboa, Cotovia, 2002
Quando aperta eu grito da janela
- ouve quem estiver passando -
ô fulano, vem depressa.
Tem urgência, medo de encanto quebrado,
é duro como osso duro.
Ideal eu tenho de amar como quem diz coisas:
quero é dormir com você, alisar seu cabelo,
espremer de suas costas as montanhas pequenininhas
de matéria branca. Por hora dou é grito e susto.
Pouca gente gosta.
Adélia Prado
Bagagem
Lisboa, Cotovia, 2002
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
A Corrente do Bem
Sobre a importância dos laços:
Ter amigos felizes aumenta nossa chance de felicidade mais do que ganhar mais dinheiro. E, se esses amigos tiverem amigos felizes, nossa chance fica ainda maior. O curioso é que, estando contentes, acabamos atraindo mais amigos, que por sua vez também vão contribuir para o nosso bem-estar. É uma espiral ascendente positiva. Até mesmo o contato com desconhecidos pode nos afetar, como pode atestar qualquer um que saiu satisfeito de um restaurante depois de ter sido atendido com um sorriso. Nosso cérebro foi treinado para a empatia, para sentir o que o outro está sentindo, para imitar, mesmo sem perceber, as emoções e expressões faciais de quem está à nossa volta.
Fonte: Revista Vida Simples - Leia a reportagem completa (dica da queridíssima Juliana).
terça-feira, 2 de agosto de 2011
VII
Tu pedes-me a noção de ser concreta
...num sorriso num gesto que abstrai
a minha exactidão em estar repleta
do que mais fica quando de mim vai.
Tu pedes-me uma parcela de certeza
um desmentido do meu ser virtual
livre no resultado de pureza
da soma do meu bem e do meu mal.
Deixa-me assim ficar. E tu comigo
sem tempo na viagem de entender
o que persigo quando te persigo.
Deixa-me assim ficar no que consente
a minha alma no gosto de reter-te
essencial. Onde quer que te invente.
NATÁLIA CORREIA, in POEMAS (1955), in ANTOLOGIA POÉTICA
(org,. de Fernando Pinto do Amaral, Dom Quixote, 2002)
...num sorriso num gesto que abstrai
a minha exactidão em estar repleta
do que mais fica quando de mim vai.
Tu pedes-me uma parcela de certeza
um desmentido do meu ser virtual
livre no resultado de pureza
da soma do meu bem e do meu mal.
Deixa-me assim ficar. E tu comigo
sem tempo na viagem de entender
o que persigo quando te persigo.
Deixa-me assim ficar no que consente
a minha alma no gosto de reter-te
essencial. Onde quer que te invente.
NATÁLIA CORREIA, in POEMAS (1955), in ANTOLOGIA POÉTICA
(org,. de Fernando Pinto do Amaral, Dom Quixote, 2002)
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