Quem disse
que esta ausência te devia?
Quem pensou
que esta denúncia se enganava?
Que um dia era pior
que outro dia
Que à noite era melhor
porque sonhava?
Quem disse
que esta dor te pertencia?
Quem pensou que este amor
me perturbava?
Que o longe era mais perto
se fugias
Que o dentro era mais longe
porque estavas?
Quem disse
que este ardor te evidencia?
Quem pensou que esta pena
me cansava?
Que calar era pior
se te despia
Que gritar era pior
se te largava?
Quem disse
que esta paixão me curaria?
Quem pensou
que esta loucura me passava?
Que deixar-te era paz
porque corria
Que querer-te era mau
porque te amava?
Quem disse
que esta paixão te espantaria?
Quem pensou
que esta saudade me rasgava?
Que tudo era diferente
se te via
Que o pior era saber
que aqui não estavas?
Quem disse
que esta ternura te devia?
Quem pensou que este saber
se enganava?
Neste langor crescente
que crescia
Neste entender de nós
que cintilava?
[Maria Teresa Horta]
"Não pense que eu ando atrás só de belas coisas simples. Eu quero qualquer coisa, desconexa, contraditória, insegura, não tem importância, desde que seja sua. As definições redondas e grandiloqüentes, as coisas categóricas e acabadas não me satisfazem, porque eu não sou assim", escreveu Maury Gurgel Valente para Clarice Lispector. Este blog traz excertos do cotidiano, poesias, devaneios sobre relacionamentos, cinema, literatura, música... Belas coisas simples, como eu, você e a vida.
sábado, 23 de março de 2013
quarta-feira, 6 de março de 2013
DESEJO INFINITESIMAL
{que horas eram quando o tempo acabou?}
{que horas eram quando deixaste de
poder reproduzir clandestinamente a explicação
da conclusão do desejo infinitesimal?}
{que horas eram quando a razão de espírito
substituiu a de ciência na ocupação do abraço?}
{que horas eram quando te adiantaste à felicidade
no dia que dilui
na percepção multiforme da multidão?}
{que horas eram quando a boca simulou
o silêncio com princípios aleatórios?}
{que horas eram quando deixaste que a alma
somasse corpos e subtraísse outros?}
{que horas eram quando viver era deixar morrer
e a solidão incomunicável?}
{que horas eram quando o tempo acabou?
que horas eram?}
Sylvia Beirute
inédito
(Londres, 22 de Novembro de 2009)
{que horas eram quando deixaste de
poder reproduzir clandestinamente a explicação
da conclusão do desejo infinitesimal?}
{que horas eram quando a razão de espírito
substituiu a de ciência na ocupação do abraço?}
{que horas eram quando te adiantaste à felicidade
no dia que dilui
na percepção multiforme da multidão?}
{que horas eram quando a boca simulou
o silêncio com princípios aleatórios?}
{que horas eram quando deixaste que a alma
somasse corpos e subtraísse outros?}
{que horas eram quando viver era deixar morrer
e a solidão incomunicável?}
{que horas eram quando o tempo acabou?
que horas eram?}
Sylvia Beirute
inédito
(Londres, 22 de Novembro de 2009)
happiness
"Há o desejo, que não tem limite, e há o que se alcança, que o tem. A felicidade consiste em fazer coincidir os dois."
Vergílio Ferreira
Vergílio Ferreira
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