quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Respira...


‎"Respira o sabor de um beijo, o toque de um afago, o som de um arfar. Respira a mão de fogo de quem te ama, o suor em êxtase de quem te chama. E o abraço que não passa, e as palavras que te embraçam, e os olhares que te apertam. Respira – para saberes que vale a pena continuar."

Pedro Chagas Freitas in "EU SOU DEUS"

kiss me


‎"A vida é tão bonita
basta um beijo
e a delicada engrenagem movimenta-se
uma necessidade cósmica nos protege".

(Adélia Prado)

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Sobre o arrepio





O arrepio é quando, 
por serem tão leves,

seus dedos conseguem,
em cada um dos meus poros: 

soerguer uma flor.


Rita Apoena


domingo, 16 de setembro de 2012

Da noite

II. 

Que canto há de cantar o que perdura? 
A sombra, o sonho, o labirinto, o caos
A vertigem de ser, a asa, o grito.
Que mitos, meu amor, entre os lençóis:
O que tu pensas gozo é tão finito
E o que pensas amor é muito mais.

Como cobrir-te de pássaros e plumas
E ao mesmo tempo te dizer adeus
Porque imperfeito és carne e perecível

E o que eu desejo é luz e imaterial.

Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.

Como te amar, sem nunca merecer?

Hilda Hilst IN Obra poética reunida (1950 - 1996)

Livro completo disponível para leitura aqui.


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

sobre o olhar (parte 1)

“— E você, por que desvia o olhar?
(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarrá-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)
— Ah. Porque eu sou tímida.”

Rita Apoena

(Retirado do Blog da Dri, leitura obrigatória sempre) 

sobre o olhar (parte 2)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Viver não tem cura



Leite, leitura
letras, literatura,
tudo o que passa,
tudo o que dura
tudo o que duramente passa
tudo o que passageiramente dura
tudo, tudo, tudo
não passa de caricatura
de você, minha amargura
de ver que viver não tem cura.

[Paulo Leminski]