quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

ah, o teu nome

O meu mundo tem estado à tua espera; mas
não há flores nas jarras, nem velas sobre a mesa,
nem retratos escondidos no fundo das gavetas. Sei

que um poema se escreveria entre nós dois; mas
não comprei o vinho, não mudei os lençóis,
não perfumei o decote do vestido.

Se ouço falar de ti, comove-me o teu nome
(mas nem pensar em suspirá-lo ao teu ouvido);
se me dizem que vens, o corpo é uma fogueira -
estalam-me brasas no peito, desvairadas, e respiro
com a violência de um incêndio; mas parto
antes de saber como seria. Não me perguntes

porque se mata o sol na lâmina dos dias
e o meu mundo continua à tua espera:
houve sempre coisas de esguelha nas paisagens
e amores imperfeitos - Deus tem as mãos grandes.

Maria do Rosário Pedreira

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa! isso é o que eu chamo de um amor intenso!
Parece até que descreveram como eu me sinto quando amo!
Mas não vi descrito como é alguém que me ame. Espero ver um dia!

disse...

Lindo texto, Camila. Mto lindo.

Que tenhas um ano de mta inspiração tbm, minha linda. Bjs pra ti. ;)