sábado, 3 de março de 2012

Soneto de Advertência


Ama.
Queres amar.
Pois então ama
Desde que cumpras certas condições.
Uma antes de todas outras:
Que ela possa te amar também
E que não sonhes
Que esse amor vá além do seu desejo.
E não vejas de um céu o que é do chão.
E não julgues eterno o que é da hora.
E não forjes o gume em que te firas.
E não lhe queiras mais do que a ti mesmo.
Que não te prives do que mais persegues
E não te inflijas o que mais recusas.
E que não ames nunca ao ponto extremo
De já não mais poder deixar de amar
Nem de não mais poder viver sem ela.


(Pedro Lyra)

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