(...) "A solução, concordo, não está na temperança. Nunca esteve nem vai estar. Sempre achei que os dois tipos mais fascinantes de pessoas são as putas e os santos, e ambos são inteiramente destemperados, certo? Não há que abster-se: há que comer desse banquete. Zézim, ninguém te ensinará os caminhos. Ninguém me ensinará os caminhos. Ninguém nunca me ensinou caminho nenhum, nem a você, suspeito. Avanço às cegas. Não há caminhos a serem ensinados, nem aprendidos. Na verdade, não há caminhos. E lembrei duns versos dum poeta peruano (será Vallejo? não estou certo): “Caminante, no hay camino. Pero el camino se hace al andar".
Zézim, vou te falar um lugar-comum desprezível, agora, lá vai: você não vai encontrar caminho nenhum fora de você. E você sabe disso. O caminho é in, não off. Você não vai encontrá-lo em Deus nem na maconha, nem mudando para Nova York, nem."
Caio Fernando Abreu, IN Carta ao Zézim
"Não pense que eu ando atrás só de belas coisas simples. Eu quero qualquer coisa, desconexa, contraditória, insegura, não tem importância, desde que seja sua. As definições redondas e grandiloqüentes, as coisas categóricas e acabadas não me satisfazem, porque eu não sou assim", escreveu Maury Gurgel Valente para Clarice Lispector. Este blog traz excertos do cotidiano, poesias, devaneios sobre relacionamentos, cinema, literatura, música... Belas coisas simples, como eu, você e a vida.
3 comentários:
oi Camila, isso aí, está tudo dentro da gente... Basta a gente buscar!!!
Boa semana!!!
Olá Camila.
Obrigada pela sua visita ao palavras que me tocam... Fico feliz por acompanhar o meu blog. Também gostei do seu e vou voltar. Já agora, pode dar-me mais informações sobre o autor deste texto? Gostei muito deste excerto.
Obrigada.
Beijinhos.
Susana B.
Oi Camila. Estou num momento que eu queria a jamanta do Caio Fernando Abreu. Ia ser a solução pra minha existência. Já leu a crônica sobre a jamanta?
Abs
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