Alguém amou e, amando, encontrou-se.
Quantos não há, porém, que amam para se perderem.
Que seria da razão e do bom senso,
se não houvesse a loucura?
Que seria do prazer dos sentidos,
se por trás dele não estivesse a morte?
Que seria do amor
sem o eterno e mortal antagonismo dos sexos?
Amor não deve pedir,
nem tampouco exigir.
Ele haverá de ter a força
de chegar por si mesmo à certeza
e ao invés de atrair,
passa a ser atraído.
Herman Hesse - o cara é bom mesmo. E ainda, também dele, para pensar e parar de exigir do outro o que deve existir, primeiro, dentro de nós:
“Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo.”
Li e fiquei pensando se já fui a responsável por dar a "chave" a alguém. Cada pessoa que passa pela nossa vida deixa algo, mas trazer a oportunidade, o impulso para ir além, este é um papel intransferível. E reservado para pessoas muito, mas muito especiais.
"Não pense que eu ando atrás só de belas coisas simples. Eu quero qualquer coisa, desconexa, contraditória, insegura, não tem importância, desde que seja sua. As definições redondas e grandiloqüentes, as coisas categóricas e acabadas não me satisfazem, porque eu não sou assim", escreveu Maury Gurgel Valente para Clarice Lispector. Este blog traz excertos do cotidiano, poesias, devaneios sobre relacionamentos, cinema, literatura, música... Belas coisas simples, como eu, você e a vida.
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