Minha homenagem póstuma e atrasada à cantora Nara Leão, que faleceu em 07 de junho de 1989:
"(...) Nara Leão começou somente como Nara. Opinou. Protestou com opinião, e cantou livre. Cantou a Bossa com mais quatro. Exigiu Liberdade, liberdade. Pediu passagem. Raiou com a manhã de Liberdade. Soprou o vento de maio. Voltou a ser Nara, depois Nara Leão. Mostrou as coisas do mundo. Reavivou a bossa dez anos depois. Relembrou os seus primeiros amores. Cantou com seus amigos que eram um barato. Mandou tudo pro inferno. Homenageou um amigo com açúcar e com afeto. Teve um romance popular com os novos ritmos do nordeste. Bailou. Sambou encabulada. Novamente cantou em um cantinho e um violão. Distribuiu abraços, carinhos e beijinhos sem ter fim para seus fãs. Disse onde foi garota, e nos contou seus sonhos dourados. E por fim descansou seu coração. A discografia de Nara Leão é uma das mais perfeitas já deixada para nós, amantes da MPB. Quem quiser saber o que aconteceu dentro da Música Popular Brasileira, entre 1964 a 1989, escute os discos de Nara Leão."
Texto extraído do site Samba & Choro, que traz um perfil completo da moça.
E aqui tem um artigo interessante sobre a rivalidade existente entre ela e a Elis (que eu desconhecia).
E, apenas para dizer que não falei das flores, eu gosto muito de Nara, sim. Acho que ela cantava muito, foi na casa dela que aconteceram muitos encontros que ajudaram a formar a bossa nova, ela era amiga do Chico Buarque (foi para ela que ele fez Com açúcar, com afeto), era super engajada e tinha uma visão muito política de como as coisas estavam acontecendo no Brasil, também era impulsiva, intensa e não negava os sentimentos. Enfim, mais uma das muitas musas que a música popular brasileira possui. Quem, como eu, não viveu a época, pôde conhecer mais da moça no especial feito pela Globo sobre ela, exibido uns meses atrás. Muito bom.
"Não pense que eu ando atrás só de belas coisas simples. Eu quero qualquer coisa, desconexa, contraditória, insegura, não tem importância, desde que seja sua. As definições redondas e grandiloqüentes, as coisas categóricas e acabadas não me satisfazem, porque eu não sou assim", escreveu Maury Gurgel Valente para Clarice Lispector. Este blog traz excertos do cotidiano, poesias, devaneios sobre relacionamentos, cinema, literatura, música... Belas coisas simples, como eu, você e a vida.
Um comentário:
grande nara. beijos, pedrita
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