Quando eu parar de me surpreender com coisas belas como este poema abaixo, é porque as coisas vão mal. Muito mal. Mas não, pelo contrário, os últimos dias foram perfeitos, de Tarsila do Amaral a Juno e crisco sour, teve de um tudo, sabe!? Sem contar as pessoas queridas que revi, atualizei os assuntos, matei a saudade, ri junto, afe, foi uma delícia.
Numa praia
Em cada corpo recomeça o mundo,
mas onde então acaba este começo?
Amor não sabe mais o que é profundo,
vem da pele e respira só no verso.
Passamos a toalha pelo corpo,
com o suor a enxugar a morte:
há gotas de água fria no teu rosto,
em ti meus dedos lêem sua sorte.
Um riso nos chamou, fulgor ou seta,
e o dia se refez sem mais promessa.
Nos meus dedos ficou a ferida aberta:
só no teu corpo o mundo recomeça.
Luís Filipe Castro Mendes, poeta português
"Não pense que eu ando atrás só de belas coisas simples. Eu quero qualquer coisa, desconexa, contraditória, insegura, não tem importância, desde que seja sua. As definições redondas e grandiloqüentes, as coisas categóricas e acabadas não me satisfazem, porque eu não sou assim", escreveu Maury Gurgel Valente para Clarice Lispector. Este blog traz excertos do cotidiano, poesias, devaneios sobre relacionamentos, cinema, literatura, música... Belas coisas simples, como eu, você e a vida.
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