Geórgica
Se gostas de maçãs, colhe maçãs
Do teu próprio pomar.
Guarda republicana há sempre em toda a parte
Onde não temos nada,
E a força é cega por definição.
Ora no teu pomar
Podes serenamente
Gozar o transitório paraíso.
Na pequenina haste
Que um dia tu plantaste
Nasceram frutos túmidos e doces
Que são teus.
Colhe, pois, esses frutos.
Não faças como o Adão e como a Eva, uns brutos
Que comeram maçãs, mas do pomar de Deus.
Miguel Torga
E eu, cada dia mais e mais apaixonada pela poesia portuguesa. Se você também gosta, compartilhe comigo. Poemas, ao contrário dos frutos, podem e devem ser trocados.
"Não pense que eu ando atrás só de belas coisas simples. Eu quero qualquer coisa, desconexa, contraditória, insegura, não tem importância, desde que seja sua. As definições redondas e grandiloqüentes, as coisas categóricas e acabadas não me satisfazem, porque eu não sou assim", escreveu Maury Gurgel Valente para Clarice Lispector. Este blog traz excertos do cotidiano, poesias, devaneios sobre relacionamentos, cinema, literatura, música... Belas coisas simples, como eu, você e a vida.
Um comentário:
Oi Camila! Tb gosto muito de poesias.. Ultimamente não estou tendo tempo de lê-las com calma, como tem que ser com tão belos pensamentos.... Mas hj, como estou mais com calma, vim aqui ler essa e adorei, a poesia portuguesa parece mesmo muito agradável...
beijos!
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