sexta-feira, 5 de junho de 2009

aula de desenho

Estou lá onde me invento e me faço:
De giz é meu traço. De aço, o papel.
Esboço uma face a régua e compasso:
É falsa. Desfaço o que fiz.
Retraço o retrato. Evoco o abstrato
Faço da sombra minha raiz.
Farta de mim, afasto-me
e constato: na arte ou na vida,
em carne, osso, lápis ou giz
onde estou não é sempre
e o que sou é por um triz.

Maria Esther Maciel

4 comentários:

Juliana Ricci disse...

tudo muda, nada é definitivo. bonito e verdadeiro isso. gostei!!

Georgia disse...

Faísca de destino que também me traduz Camila. Lindo lindo!

disse...

Que bonito! Mocinha...qto tempo faz que não apareço aqui? Duas vidas? Sinto falta de ler esses textos tão bem escolhidos.

Bjs, querida.

PS.: Eu tbm estaria trabalhando na época da FLIP, mas tirei parte das férias que tenho na casa. ;)

Cleonice Braz disse...

Oi, Camila!
Eu sou muito fã da Maria Esther, e este é um dos meus poemas favoritos... Ela é uma escritora excepcional!
Muito obrigada pela visita...
Volte sempre!!

Abraços!