Faz tempo estou pra escrever aqui, mas as últimas semanas foram repletas de acontecimentos - começou com a minha carteira -com todos os cartões e documentos- que foi parar em mãos erradas no metrô, continuou com as atribulações de um grande evento na quinta (que foi um sucesso, vamos combinar) e culminou com dias mega tensos e intensos, em todos os sentidos que se pode imaginar, do mais sublime e onírico ao mais pesado e difícil. Cansei de tentar achar explicação e espero que o tempo traga -senão todas, pelo menos algumas- respostas.
Por ora, trago apenas belas palavras e o desejo de que as coisas se acertem e os sorrisos retornem em breve. E que eu possa ter certeza dos caminhos que percorro e das pessoas que levo comigo nesta trajetória.
Três caminhos
Percorri tantos caminhos,
tantos caminhos andei.
O primeiro era de nácar,
de rosa pura o segundo.
O terceiro era de nuvem,
no terceiro te encontrei.
O primeiro já trazia
teu nome brilhando no ar.
Não era nome de terra:
cantava coisas do mar.
Logo senti que o segundo
já era estrada de encantar.
Mas o terceiro, o terceiro
quantas voltas não foi dar!
Deixou meu corpo na terra,
meu coração no alto-mar.
Virou vento, virou bruma,
perdeu-se, rápido, no ar.
Emílio Moura
In:"Itinerário poético"
Como já sentenciou o mestre Guimarães Rosa: "Riobaldo, a colheita é comum, mas o capinar é sozinho..."
"Não pense que eu ando atrás só de belas coisas simples. Eu quero qualquer coisa, desconexa, contraditória, insegura, não tem importância, desde que seja sua. As definições redondas e grandiloqüentes, as coisas categóricas e acabadas não me satisfazem, porque eu não sou assim", escreveu Maury Gurgel Valente para Clarice Lispector. Este blog traz excertos do cotidiano, poesias, devaneios sobre relacionamentos, cinema, literatura, música... Belas coisas simples, como eu, você e a vida.
2 comentários:
linda poesia do Emílio!
adorei este post ...
e as palavras do mestre Guimarães.
adorei o JGR,,, tb,,,,
vamos combinar... foi show!
lindo, lindo...
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