Eu gosto MUITO de literatura, especialmente poesia. Sempre gostei de ler mas amor, amor mesmo pela leitura surgiu apenas no ano passado, através do orkut e de uma grande amiga. Lu, obrigada, sempre.
Desde o momento que descobri que tem gente muito boa escrevendo coisas belas e simples por aí, e como é bom ler, se identificar, perceber novas formas de dizer o que já foi dito, eu entrei num processo altamente viciante de ir em busca dos poetas - clássicos e contemporâneos. Conheço pouco, mas neste período reuni algumas coisas muito bacanas, que aos poucos irei colocando aqui.
Nesta trajetória poética e deliciosa, descobri Edgar Morin. Considerado um dos pensadores mais importantes do século XX, nasceu em Paris em 1921, é sociólogo e filosófo. Autor das obras "Cultura de massas no século XX", a qual divaga sobre a felicidade, o amor e o feminismo, e "Para sair do século XX".
Confira alguns excertos maravilhosos dos escritos de Morin:
"Eu não deixei de ser caminhante. Minha vida foi e continua a ser uma vida em movimento, errante, em meandros, impulsionada por minhas aspirações múltiplas e antagônicas. Obedeci continuamente a meus demônios, mas acontecimentos e acasos trouxeram descontinuidades, levando-me aonde não sabia que devia ir, mas aonde eu reencontrava meus demônios. Continua a ir de um meio a outro, a circular na sociedade, nas sociedades, recusando-me a me deixar encerrar na casta (principalmente intelectual). Fui fiel à ‘concepção sintética de vida’.(...) Foi o caminho, não que eu tracei para mim, mas que minha caminhada traçou: Caminante no hay caminno, el camino se hace al andar".
(In "Meus demônios.")
"Originalmente, a palavra Método significava marcha. Aqui, é preciso aceitar o caminhar sem caminho, o fazer o caminho andando. Aquilo que Machado dizia: Caminante no hay camino, se hace camino al andar. O método só pode formar-se durante a pesquisa; ele só pode desembaraçar-se e formular-se depois, no momento em que o termo se torna um novo ponto de partida, desta vez dotado de método. Nietzsche o sabia: ‘Os métodos vêm no final’ (Anti-Cristo).(...)"
(In "La Méthode (t.1) La Nature de la Nature"; trad: Nurimar Falci)
"Quinta-feira, 11 de agosto 1994. Dificuldade em encontrar o equilíbrio para reformular o meu capítulo "Caminante". Há pouco e muito de coisas íntimas. O pouco: tudo é fraco, superficial. O muito: falo do que não devo (a minha vida amorosa). Fim de tarde, a fórmula não foi encontrada."
(In "Uma ano Sísifo. Diário de fim de século. Publicações Europa-América. Lisboa, 1998.")
(In "Meus Demônios").
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"Não pense que eu ando atrás só de belas coisas simples. Eu quero qualquer coisa, desconexa, contraditória, insegura, não tem importância, desde que seja sua. As definições redondas e grandiloqüentes, as coisas categóricas e acabadas não me satisfazem, porque eu não sou assim", escreveu Maury Gurgel Valente para Clarice Lispector. Este blog traz excertos do cotidiano, poesias, devaneios sobre relacionamentos, cinema, literatura, música... Belas coisas simples, como eu, você e a vida.
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