Por tudo que há - que já é bastante, ainda que exista um mundo inteiro de emoções para ser vivido, sentido e, principalmente, compartilhado:
"(...) O prazer nascendo dói tanto no peito que se prefere sentir a habituada dor ao insólito prazer. A alegria verdadeira não tem explicação possível, não tem a possibilidade de ser compreendida - e se parece com o início de uma perdição irrecuperável. Esse fundir-se total é insuportavelmente bom - como se a morte fosse o nosso bem maior e final, só que não é a morte, é a vida incomensurável que chega a se parecer com a grandeza da morte. Deve-se deixar inundar pela alegria aos poucos - pois é a vida nascendo. E quem não tiver força, que antes cubra cada nervo com uma película protetora, com uma película de morte para poder tolerar a vida. Essa película pode consistir em qualquer ato formal protetor, em qualquer silêncio ou em várias palavras sem sentido. Pois o prazer não é de se brincar com ele. Ele é nós."
(Clarice Lispector)
"Não pense que eu ando atrás só de belas coisas simples. Eu quero qualquer coisa, desconexa, contraditória, insegura, não tem importância, desde que seja sua. As definições redondas e grandiloqüentes, as coisas categóricas e acabadas não me satisfazem, porque eu não sou assim", escreveu Maury Gurgel Valente para Clarice Lispector. Este blog traz excertos do cotidiano, poesias, devaneios sobre relacionamentos, cinema, literatura, música... Belas coisas simples, como eu, você e a vida.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
u-la-lá!!!!
essa parte aqui até parece que serve pra mim:
E quem não tiver força, que antes cubra cada nervo com uma película protetora, com uma película de morte para poder tolerar a vida.
Ei xará, li seu texto e me lembrei de um outro:
"Somos conduzidos para as lágrimas, a civilização é provavelmente isso, um longo trajeto de lágrimas. Como se tivéssemos medo de merecer o júbilo da terra." Inês Pedrosa
beijos daqui...
Postar um comentário